O "problema" de ter um parto em casa é ter de passar a vida a explicar o porquê e o como.
Se eu dissesse que tinha estado dois dias no hospital cheia de dores, sem me poder mexer, com três doses de epidural, que me tinham rebentado a bolsa, carregado na barriga, que me tinham cortado toda e que tinha passado (no mínimo) uma semana sem me conseguir sentar, ninguém estranharia, ninguém faria perguntas ou comentários.
Talvez encolhessem os ombros e suspirassem: «O que interessa é que o bebé está bem». E a mãe? Estaria bem?
No meu caso, posso dizer que bebé e mãe estão maravilhosos. E não foi preciso ninguém me tocar, ninguém me espetar, ninguém me cortar, ninguém me dar ordens.
Mas cada vez que digo que o Vicente nasceu em casa é o drama. No registo, na inscrição no Centro de Saúde, nas vacinas, as perguntas e o espanto sucedem-se. Ficam a olhar para mim, a avaliar-me: «Será freak ou tola?»
Entre quem me conhece, amigos e familiares, uns chamam-me corajosa, outros inconsciente. Não acho que seja nem uma coisa, nem outra. Felizmente, tive a possibilidade de seguir o meu instinto e fiz tudo o que senti que devia fazer. Sem medo. E é este o segredo para um bom parto, seja ele em casa ou no hospital.
Assino e subescrevo cada palavra Patricia!!! Senti e sinto ainda hoje passados quases dois anos do nascimento da minha segunda filha, nascida em casa, os alhares reprovadores, os olhares curiosos, aqueles que não percebem o porquê e aqueles que acham apenas que as fotos são lindas....
ResponderEliminarMas como mulher e mãe não me poderia sentir mais feliz, mais realizada e mais consciente de que esta foi sem duvida a melhor opção!!!
Um beijinho para a famelga
Luciana Amieiro
Luciana é isso mesmo! Mas parece que só quem passa pela experiência é que percebe... Beijinhos
EliminarEu acho óptimo o parto seja como for :) Tenho sempre a teoria de que a mãe é que sabe... só não consigo perceber é se foi opção sua ter o Vicente ou se aconteceu e ainda bem :)
ResponderEliminarBjs e tudo a correr bem!
Rita, não foi planeado, mas nunca foi posto de parte, até porque eu tenho partos muito rápidos. E assim que tive a primeira contração decidi que já não saia de casa. Mãe é que sabe, claro, desde que lhe deem a oportunidade de escolher o que é melhor para ela, o que é raro acontecer.
EliminarBeijinhos!
EliminarRealmente deve ser cansativo explicar. lol
ResponderEliminarBeijinho grande
Mafalda
Uma opção! É verdade tudo o que dizes e não menos verdade se juntarmos o facto de que seja em casa ou no hospital, seja natural ou por cesariana há sempre a possibilidade de correr menos bem. É importante acreditar que tudo correrá pelo melhor e seguir o nosso instinto :) Apesar de aborrecido é normal que ainda te questionem porque de facto não é tão recorrente. Eu, por exemplo, seria menina para te questionar mas no sentido "gostaste da experiência?" "repetias?" "Como surgiu essa ideia?" "Como foi a preparação?" "Com que equipa?" "Aconselhas?" Mas perguntas que faria igualmente a outra mãe porque adoro falar e partilhar momentos destes, como se ainda não tivesse passado pelo mesmo!
ResponderEliminarBeijinhos
Eu também adoro falar de partos - aliás é grande parte do meu trabalho - e não me importo de responder às perguntas. Só gostava que se questionasse mais o porquê e o como dos partos nos hospitais em que as mulheres são mal tratadas, com episiotomias, induções, cesarianas e outros procedimentos clínicos muitas vezes desnecessários.
EliminarE se ficou alguma pergunta por responder, podes mandar por email, que eu respondo com todo o prazer :)
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